Quais são as 5 forças de Porter?
Mapear as 5 forças de porter interpretando seus impactos para as organizações é de suma importância. Além disso, é proveitoso adaptar as 5…
Mapear as 5 forças de porter interpretando seus impactos para as organizações é de suma importância. Além disso, é proveitoso adaptar as 5 forças de porter com a nova adequação do mundo em relação à tecnologia. Saiba quais são as forças de Porter e o que deve ser feito para adaptá-lo.
Para que servem as 5 forças de Porter?
Michael Porter é professor da Harvard Business School e é considerado um dos principais pensadores na economia moderna. O objetivo do modelo é conquistar um posicionamento da empresa frente aos seus concorrentes, tendo acesso aos insumos e recursos essenciais ao negócio.
Desse modo, o resultado final seria uma empresa com alto potencial de lucro, operando em um setor com grandes barreiras de entrada, com baixa concorrência, sem produtos substitutos, com fornecedores e clientes fracos. Isso porque, essas forças competitivas não levam em consideração fenômenos como o efeito rede e o poder da tecnologia e da comunicação.
Não restam dúvidas de que as 5 forças de Michael Porter transformaram o modelo estratégico de várias empresas. Tanto é assim que várias pessoas os aplicam na prática empresarial contemporânea. Sendo assim, o que explico é que tal estratégia funciona. E muito. Mas, para que seu negócio tenha perpetuidade, não seria inteligente ignorar o poder do efeito rede. Airbnb e Amazon são exemplos que utilizam da tecnologia a seu favor.
Este seria o modelo tradicional das forças de Michael Porter. Contudo, vale ressaltar que tal estudo merece complementos para absorver a realidade da nova economia.
Diante disso, Sandro Magaldi e José Salibi (2018, p.98) escrevem que:
“Não se trata de destruir todo arcabouço conceitual que foi produzido ao longo das últimas décadas e que deu conta de contribuir para o desenvolvimento dos negócios. É requerido, no entanto, que as teses existentes sejam revisitadas à luz de todas as transformações estruturais presentes na sociedade.”
Isto posto, este texto terá a finalidade de explicar o que deve ser complementado e fazer uma análise das cinco forças de Porter. Você vai encontrar os seguintes tópicos:
Economia em rede e as forças de michael porter;
União da tecnologia e comunicação para aumentar as forças competitivas;
Trade-off nas empresas: estratégia para aumentar seu negócio ainda funciona?
Quais são as 5 forças de Porter?
5 forças de Porter: ameaça de novos entrantes nos mercado;
5 forças de Porter: Ameaça de produtos substitutos;
5 forças de Porter: poder de barganha dos clientes;
5 forças de Porter: poder de barganha dos fornecedores.
Economia em rede e as forças de Michael Porter.
A arquitetura estratégica de Porter defende que as forças competitivas externas devem ser evitadas. Isso porque há receio de que a interação entre os consumidores e os fornecedores causariam uma perda de competitividade da empresa. É legítimo tal cuidado.
No entanto, quando falamos de economia em rede, conectar consumidores com fornecedores aumenta o fluxo de interação da empresa. Em consequência, ocorre um ganho de escala orientado na demanda. Exemplo disso seria o Ifood, Uber e Airbnb.
O Airbnb é uma startup e tem um modelo de negócio de compartilhamento de hospedagem. Tal estratégia se tornou um mainstream tão forte que a empresa viu seu valor de mercado subir para 35 bilhões em 2019. Em menos de 10 anos de existência.
Ao invés de afastar as empresas concorrentes como, por exemplo, hotéis, o Airbnb decidiu ir contra o costume do mercado e criou um ambiente de interação em detrimento de construir uma barreira intransponível com as empresas que trabalham no mesmo nicho de mercado.
“Inicialmente, a empresa dedicou-se a atrair para o projeto pessoas interessadas em locar imóveis próprios e essa lógica colaborativa é a essência do negócio. Com o crescimento de sua influência e aquisição massiva de usuários, a plataforma construiu um coletivo de seguidores composto por compradores e vendedores que realizam inúmeras interações entre si, gerando um universo infindável de conhecimento proveniente do compartilhamento de seus dados. É o efeito rede se manifestando na prática.” (Sandro Magaldi e José Salibi, 2018, P. 95).
Atualmente, o Airbnb tem valor de mercado maior do que as empresas que trabalham no mesmo setor há anos. Ainda mais, a startup conseguiu isso sem ser proprietária de um único imóvel. Conquistou tal valor por meio de parcerias e interação com empresas consideradas concorrentes.
Isso fez com que todas trabalhassem juntas, criando um ecossistema de grande valor [1]. Vale ressaltar que tal modelo de negócio deve ser analisado com cuidado para corroborar se ele se encaixa com seu negócio ou não.
União da tecnologia e comunicação para aumentar as forças competitivas.
O avanço tecnológico proporcionou que empresas conseguissem maior conectividade com seus consumidores. Desse modo, o seu uso atrelado ao objetivo de ter um negócio de alta escala faz com que a empresa tenha resultados notórios. Exemplos disso são a Magalu e a Amazon.
A Amazon teve uma arquitetura de estratégia orientada em buscar maior intimidade com o consumidor final. Além disso, ela não queria se ater apenas a um único produto (livros). Pelo contrário, tinha a ambição de construir um modelo de alta barganha. Foi aí que surgiu o conceito da “loja de tudo”.
Isto posto, a empresa não se fincou na ideia de obter bens físicos, e sim na influência de sua rede de relacionamentos. Isso é o efeito rede, que diverge da ideia antiga do trade-off.
Trade-off nas empresas: estratégia para aumentar seu negócio ainda funciona?
De fato funciona. Contudo, existem formas que podem potencializar o efeito que o trade-off traz. O trade-off nas empresas é um ato de escolher uma coisa em detrimento da outra. No mundo dos negócios, significa que a empresa só pode escolher uma única coisa dentre duas:
Ter uma empresa de porte grande e ser líder em custo (modelo de grandes empresas); ou
Escolher o foco e a diferenciação (empresas mais segmentadas e que são menores. Usado muito nos escritórios boutique).
Isso é o que significa trade-off nas empresas. Tal fato não é uma verdade absoluta nos dias de hoje. Isso porque a tecnologia trouxe novos horizontes para desbravar e novas estratégias para alavancar o seu negócio.
O trade-off (tamanho do negócio versus diferenciação) não é a única maneira de perpetuar a empresa, já que a conectividade dos consumidores com a marca se mostra mais relevante do que o próprio tamanho em si da instituição. O que vale é a intimidade, diferenciação e foco no consumidor. É isso que faz a empresa ter uma nova roupagem.
Isto posto, existem muitos exemplos de empresas que não acreditam no poder dessa conectividade ou que, na época, tal fenômeno não era tão conhecido como nos dias de hoje. Um exemplo disso, foi o Eike Batista, conhecido como o homem que vendeu o mundo (the man who sold the world).
Eike Batista foi campeão mundial de offshore em 1990 (VERSIGNASSI, 2015), e tinha uma ambição que abalou o seu potencial de crescimento. Ele queria ter controle de todos os meios de produção para fornecer seu produto final. Para tanto, construiu várias empresas para uma fornecer insumos para a outra.
O problema é que quando as empresas satélites foram criadas e feitas suas respectivas entradas na bolsa de valores (IPO), a empresa principal (OGX) anunciou que seus principais poços de petróleo eram economicamente inviáveis. Tal fato demonstrava que o custo para perfurar era mais alto do que o preço da venda.
Além de outros fatores, a OGX veio a perder valor de mercado e levou as outras empresas satélites para o mesmo caminho. O grupo x (nome dado para o conglomerado de empresas de Eike) teve seus valores reduzidos a centavos.
A moral da história é que controlar todos os meios de produção pode não trazer retornos como você espera. Na contemporaneidade, tudo é interligado. Sendo assim, é mais vantajoso conectar-se com empresas já existentes de outras pessoas para focar no seu negócio principal. Além de reduzir custos, é possível focar mais na sua atividade principal.
É fato que ficará dependente de terceiros. No entanto, existe mais segurança de você não vir a falir, caso tivesse um monopólio de CNPJs para fornecer insumos para uma empresa principal. Além do mais, nessas duas hipóteses, todos estariam à mercê do aquecimento ou esfriamento do mercado, bem como a quantidade de insumos e demandas desse sistema.
Assim sendo, o que seria mais vantajoso é utilizar das plataformas já existentes para perpetuar o seu negócio. Isso porque, reinventar a roda vai contra a direção que o mercado está traçando: a conectividade e o efeito rede.
Quais são as 5 forças de Porter?
Existem 5 forças competitivas:
Rivalidade entre concorrentes;
Ameaças de novos entrantes;
Poder de barganha dos clientes;
Poder de barganha dos fornecedores;
Ameaça de produtos substitutos.
Assim como você tem bom acesso a uma rede de distribuição e ótimos acordos com fornecedores, seus concorrentes também têm. Sendo assim, a competição entre vocês é mais acirrada. É por isso que se deve analisar o nicho do mercado para descobrir se tal ecossistema possui um monopólio de empresas ou se há possibilidades de alta margem de lucro com baixo investimento para se inserir no mercado em análise.
Para saber a rivalidade entre empresas já existentes no mercado é preciso realizar a proporção de concentração. Some o marketplace dos 4 maiores players daquele mercado, se der mais de 80% significa que o mercado é competitivo.
5 forças de Porter: ameaça de novos entrantes nos mercado
A ameaça de novos entrantes acontece quando aqueles que já estão em determinado nicho têm grande margem de lucro. Devido a isso, começa a atrair novos entrantes para este mercado a fim de abocanhar uma porcentagem desse lucro também.
Isso porque lucro é igual imã: quanto mais você estiver gerando dinheiro no seu negócio em determinado mercado, mais as pessoas vão olhar para o seu sucesso e querer também participar do seu êxito. Assim sendo, quanto maior o lucro, maior incentivo para que outras empresas entrem no mercado determinado.
Vale dizer que essa atratividade não significa que seja fácil de entrar. Muitas vezes, o marketshare (participação no mercado) é extremamente difícil. Um exemplo seria a maquinaria utilizada para extrair e refinar petróleo do pré-sal.
Empresas petrolíferas possuem baixa ameaça de entrantes justamente porque o capex é extremamente alto. Só para complementar, capex significa capital expenditure que demonstra o total de dinheiro despendido na aquisição de bens de capital de uma determinada empresa. É um capital imobilizado da empresa e algo necessário para exercer a sua atividade fim.
Para você saber se tal mercado possui grandes ameaças de entrantes ou poucas possibilidades de novos concorrentes é necessário fazer uma ótima pesquisa de mercado. Para tanto, ter vantagens competitivas é uma das formas de se diferenciar e dificultar a entrada de novos entrantes.
Um coisa que você pode aplicar é a vantagem de custo:
Negocie com seus fornecedores o produto de matéria prima para que fique mais barato. Sendo assim, haverá altas margens na venda do produto final;
Subsídios governamentais: incentiva players que já estão na localidade específica e dificulta aqueles que não estão a entrar;
Acesso a recursos localizados: é você ter canais únicos de fornecimento de matéria prima. Um exemplo disso é a empresa Saudi Aramco que tem a finalidade extrair petróleo nos poços da arábia Saudita. Isso dificulta a entrada de novos concorrentes, já que os recursos que a empresa Saudi Aramco possui são apenas da arábia Saudita, o que faz com que a empresa em questão tenha um diferencial enorme frente a outros petrolíferos ao redor do mundo.
Além da vantagem de custo, existe o conceito de economias de escala. Sabemos que quanto maior a produção em escala, maior a diluição dos custos fixos, que, por sua vez, acarretam maior rentabilidade. Com essa escala de economia é possível:
Retalhar players por meio de guerra de preços, já que as outras empresas não têm uma alta economia de escala como a sua empresa. Tal estratégia significa queimar caixa até ver quem sai primeiro mercado (ifood já fez isso);
Entre outras estratégias, existe a diferenciação de produtos. Isso é uma vantagem competitiva de difícil replicação como, por exemplo, a nike e a coca-cola. Essa diferenciação envolve branding e causa uma barreira de entrada de novos entrantes.
Existe também o acesso a canais de distribuição. Isso significa dar acesso a empresas que vão comprar o seu produto e disponibilizá-los para escoar a sua produção de forma que outros clientes possam ter acesso a eles. Isso tem como resultado gerar receita.
Tem também os acordos de exclusividade de preços com os seus fornecedores: negociar com o fornecedor para que ele venda tal matéria prima apenas para você por aquele preço especial. Esse contrato de exclusividade cria uma barreira no mercado, fazendo com que outros players interessados nesse nicho não consigam tal vantagem competitiva. Isso cabe também para exclusividade geográfica.
Por fim, existem as regulações governamentais que impõe um monitoramento rigoroso sob a qualidade daquele produto. Essas regulamentações exigem que a empresa precise estar regulamentada e que tenha toda a estrutura para manter a produção com o selo de qualidade que o governo espera.
5 forças de Porter: Ameaça de produtos substitutos.
São produtos ou serviços que competem indiretamente com você. Não precisa ser uma competitividade direta se a quantidade de ofertas de produtos indiretos são extremamente altas. Um exemplo disso, é uma pizzaria que compete com hamburgueria, comida japonesa e outros, além de outras pizzarias.
Tal competitividade é algo que é necessário analisar para construir estratégias eficientes.
5 forças de Porter: poder de barganha dos clientes
Clientes terão poderes de barganha diferentes para cada setor. Nesse sentido, muito se fala que quanto maior o número de clientes para uma empresa, maior será o poder de barganha da empresa e menor será o poder de barganha dos clientes.
O inverso também é verídico: quanto menor o número de clientes para muitas empresas, maior será o poder de barganha dos clientes com as várias empresas.
Só para exemplificar, a IBM costuma realizar negócios de 15 milhões. Poucos clientes possuem essa quantia para contratar os serviços da empresa. Devido a isso, cada cliente possui um alto poder de barganha. Isso é diferente quando falamos da pernambucanas, por exemplo.
O oferecimento de produtos com ticket médio baixo e várias lojas espalhadas por todo o país fazem com que o poder de barganha do cliente seja pequeno. O que significa que a falta de um cliente será insignificante para impactar os lucros da empresa.
5 forças de Porter: poder de barganha dos fornecedores
Os fornecedores podem exercer pressão sobre o seu negócio. Isso porque existem poucos fornecedores para muitas empresas. Os fornecedores começam a ter alto poder de barganha. Desse modo, eles podem:
Aumentar preços, já que ele tem vários outros clientes igual você;
Diminuir a qualidade da entrega/ matéria prima; (procure novos fornecedores)
Redução da disponibilidade de insumos que ele vende. Ele pode entregar menos do que foi combinado.
E então! Gostou de aprender quais são as 5 forças de Porter? Comente aqui o que achou.
Isso ajuda muito no aprendizado e na disseminação do conhecimento. Acredito que quando compartilhamos o que sabemos, mesmo que seja considerado pouco, colaboramos muito para o crescimento do outro.
Caso queira continuar essa conversa comigo sobre esse assunto, este é meu Linkedin: Erick Sugimoto.
[1] Na nova era dos negócios, organizações que, na visão convencional, seriam concebidas como competidoras atuam em conjunto, criando valor mútuo para todos e enriquecendo o ecossistema. A nova dinâmica obriga uma análise mais aprofundada de todos os agentes que impactam o ecossistema em que está inserida a empresa para avaliar quais forças são capazes de adicionar ou extrair valor para o negócio. (Sandro Magaldi e José Salibi, 2018, P 96).
VERSIGNASSI, Alexandre. Crash: uma breve história da economia: da Grécia antiga ao século XXI. ed. 2. São Paulo: Leya, 2015.
MAGALDI, SANDRO. Gestão do amanhã: tudo o que você precisa saber sobre gestão, inovação e liderança para vencer na 4º geração industrial. São Paulo: editora gente, 2018.
As 5 Forças de Porter: O Que São, Como Usá-las e Exemplos Práticos! Acesso em: 04 março 2022
As 5 forças de Porter: quais são elas e como entender o conjunto de fatores que influenciam no sucesso do seu negócio? Acesso em: 04 março 2022
Fortaleça seu posicionamento e seus diferenciais com as 5 forças de Porter. Acesso em: 06 março 2022
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